quarta-feira, 11 de março de 2009

Imagine


Pensar em temas semanais é complicado por dois motivos, o primeiro é que existe uma infinidade de assuntos que poderiam ser tratados, o segundo é que existe o momento certo pra cada assunto, logo, isso requer um certo discernimento na escolha. Depois de tanto pensar sobre as realidades que nos cercam, comecei a imaginar absurdos, voltando os olhos para nosso cotidiano, vendo o quanto ele mudou em dez anos. Pense há dez anos atrás, se tivesse a mesma idade que tem hoje.
Imagine o que você estaria fazendo no momento de agora, ou seja, o tempo que você esta aqui lendo isso. O que faria com seu tempo livre? Não tínhamos Internet da forma como é hoje. Você consegue imaginar-se sem olhar o orkut, ou ligar o MSN? Ou para os mais velhos e que presenciaram de perto a “revolução tecnológica”, quem se lembra do mirc?(sei lá como escreve isso), ou o Icq, fazendo aquele barulho de navio atracando no porto. Há dez anos não tínhamos que aturar o Google nos corrigindo em nossas pesquisas dizendo “você quis dizer...” mas as pesquisas eram feitas nas bibliotecas e o grande mestre era o Almanaque Abril, lá achávamos tudo o que precisávamos.
Você consegue se imaginar sem celular? Pois é, estranho né! Mas há dez anos os celulares eram coisas vistas apenas em novelas, ou na cintura daquele seu tio mais rico. Hoje até mendigos tem um e não é o famoso tijolão não é o de ponta. Os celulares talvez hoje é o carro chefe que puxa a idéia de um consumismo inútil, uma vez, que parece mais um canivete suíço e cada vez que tem uma nova função ele se torna mais caro, e muito mais necessário para cada um de nós!
Games com as vozes do Galvão Bueno, Cleber Machado, Silvio Luiz entre outros, onde é também possível você se colocar pra jogar nos grandes clubes europeus ao lado de seus ídolos, outros que permitem os não músicos a tocar grandes clássicos do Rock mundial e ao mesmo tempo tornando o videokê na coisa mais arcaica do mundo. E antes o mega-drive e o super Nintendo era a febre do momento. Mp3, Mp4, Ipod’s aposentando de vez o discmen que um dia fez o mesmo com o Walkmen que já era legal, aliás, semana passada vi um cara no ônibus com um Walkmen, juro que é verdade! Realit’s Show’s de todos os tipos prendendo a cada dia que passa mais e mais pessoas como uma hipnose estranha e eficaz, fazendo que com que cuidemos mais da vida do outro que da nossa própria, uma vez que a do outro passa a ter mais importância que a nossa pelo simples fato de aparecer na TV já é suficiente para se tornar uma celebridade.
Enfim, criamos necessidades a cada momento. Coisas que antes nem sonhávamos que existiria hoje são indispensáveis. Isso é sem duvida um dom que somente o ser humano tem, o dom da transformação de suas próprias realidades. Mas pode ser também a maior de suas prisões, ao mesmo tempo em que criamos uma grande rede onde o mundo pode se comunicar em tempo real aumentam também as distancias com a cultura do impessoal, do banal, do não sentimento, pois, evitamos o contato já que as pessoas do orkut, ou dos Realit’s são mais interessantes que nós mesmos ou nossos próximos. Com isso, corremos o risco de criamos necessidades tão necessárias que esquecemos que o que realmente importa é vivermos nossas próprias vidas.

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