
O tempo das demoras já se foi, ficou para trás diante de uma cultura onde o que impera é o tempo corrido. Tudo aquilo que fazemos está diretamente ligado ao tempo em que levará para ser feito. Um tempo perdido não volta mais é irreversível, e nos deixa de certa forma vulneráveis, melancólicos, desacreditados, arrependidos com os momentos que deixamos passar e por algum motivo não fizemos a escolha correta.
Estamos tão habituados com a rotina louca do dia-a-dia que não aplicamos mais o tempo de forma correta em nossos afazeres, a comida fica pronta em alguns minutos, o café é instantâneo, os livros vêem em pequenos resumos facilitando a leitura, nos tornamos íntimos pela Internet sem nunca ter dado a chance do contato e com isso corremos o risco de não conhecer o profundo das relações, aliás, com isso corremos o risco de não conhecer a nós mesmos, pois gostamos daquilo que todos gostam, a mesma musica, mesmos programas, mesmas roupas, enfim, todos iguais, já que fazer escolhas leva tempo, mais fácil é fazer o que todos fazem.
A comida não tem mais a demora que permite construir o mistério da comidinha da mãe ou da vovó, que é sempre inigualável em seu sabor, o café não tem mais aspecto e aroma de ser bem recebido no lugar visitado, nos resumos literários está vivo todo o nosso desleixo e indiferença por aqueles que dedicaram grande parte de suas vidas e liberdade pra construir tais obras, as relações são tão rápidas que o amor é confundido com paixão que é confundida com desejo que por sua vez é confundido com prazer, rápido, sem demoras, imediato e esgotável.
Há vida é dado um aspecto de imediaticidade que acaba banalizando a si mesma. Não damos tempo para as necessárias demoras, mas perdemos tempo com as banalidades que se apresentam a nós. Tudo ocorre tão depressa que nem vemos aquilo que poderia ter sido e não foi, ou até mesmo o que nós poderíamos ter sido, mas nos impedimos de ser, pois o processo era lento e demorado demais diante do agora.
Deixamos de ver o profundo da vida, das paisagens, das pessoas que nos amam e que dizemos amar para apenas olhar, sem a demora que o “ver” necessita. Dentro dessa roda gigante que gira a cada segundo e parece correr tão depressa estamos nós, dentro dela deixamos de olhar os aprendizados que as demoras nos proporcionam, não permitimos e nem valorizamos os erros, mas somente os acertos que são tão raros. O erro perde assim a função de ensinar, e nós perdemos a chance que o tempo nos dá para melhorar e VER ao invés de só olhar.
realmente!!!
ResponderExcluirfico boquiaberta com o que vc faz a gente ver..
adoooro vc Osmaar!
beijos, wendy ;*
Parabéns Osmar, vc a cada dia se supera!
ResponderExcluirHj realmente se deixarmos a Rotina nos engoli,
perdemos muito de nossas vidas por não saber viver,
e por sermos ignorantes, e nos deixamos ser manipulados!
um grande abraço Osmar,
Parabéns novamente, fica com Deus ;@
nossa...isso parece ate minha aula de socio...aiushasuaihs
ResponderExcluirja assistiu o vidinho "vida veloz"? mostra bem td isso
ou entao nos livros do Bauman, fala mtuu disso.
esse texto fico massa...o melhor ate agora..
beejo "OsOs"...asaiushiahs